A tomada de decisão no setor de energia, como em outros campos, demanda informações confiáveis, completas e abrangentes sobre todo o sistema (OLADE,1987). Por isso, é importante que haja um meio de informações amplas e unificadas para cada um dos subsetores de energia, uma vez que o setor de energia é um sistema com diversos componentes interconectados e sua análise deve ser desenvolvida de forma integrada.
O Balanço Energético tem-se mostrado um elemento fundamental para a análise dos problemas do setor, permitindo diagnosticar a situação atual e passada dos fluxos de energia (produção, transformação e consumo de fontes de energia, primárias e secundárias), analisadas como um todo. Entretanto, o Balanço Energético em sua formulação clássica não suficiente (Fundación Bariloche, 2009), justificando sua expansão e incorporando, como proposto, as reservas e as conversões finais, no Balanço Energético Integral.
Não obstante, seja pelo fato de os sistemas energéticos compreenderem geralmente desde as centrais de apropriação das formas primárias de energia na natureza e todas as subsequentes etapas de conversão e transporte até os medidores dos consumidores finais. A relevante etapa final de conversão de energia não é apresentada nos balanços energéticos convencionais (EUROSTAT, 2007). Nesse sentido, os Balanços de Energia Integral, junto com o Balanço de Energia Útil constituem um complemento importante, focando exatamente essa transformação energética final, objeto central das medidas voltadas para o incremento da eficiência energética nos setores consumidores. A Figura 1 ilustra esse processo.
Figura 1 – Etapas e Transformações da Energia.
Fonte: NOGUEIRA et al., 2021, p. 30.
Nesse contexto se pretende aplicar conceitos energéticos e exergéticos, e desenvolver uma aplicação ao Brasil. Essa análise será realizada com base na literatura e com as informações das Pesquisas de Posse e Hábitos de Consumo de Energia (PPSH), concluindo enfim o exercício do Balanço Energético Integral para o Brasil.